O desemprego subiu em janeiro, em função de fatores sazonais e pressionado pelo desempenho de São Paulo, mas ainda assim apresentou o melhor para um mês de janeiro desde 2003.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego subiu para 5,4%, após atingir o menor nível histórico em dezembro, a 4,6%.
Se a taxa é a menor para janeiro na série histórica do IBGE iniciada em março 2002, é a mais alta desde setembro do ano passado, quando ela também ficou em 5,4%.
“(A alta) é sazonal. Os temporários e os que pararam de procurar em dezembro voltam agora”, explicou o coordenador da pesquisa do IBGE, Cimar Pereira Azeredo.
A taxa de janeiro ainda ficou pouco abaixo dos 5,5% registrados no mesmo período de 2012.
“O setor inicia o ano como terminou, com resistência e força ao vermos a manutenção da taxa de desemprego bastante baixa”, avaliou o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos.
A população ocupada recuou 1,2% em janeiro na comparação com dezembro, crescendo 2,8% ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 23,144 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.
Já a população desocupada chegou a 1,331 milhão de pessoas em janeiro, alta de 17,2% ante dezembro e de 1,4% sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.
O resultado geral mostra que o mercado de trabalho continua forte, apesar da fraqueza da economia. Na sexta-feira, o IBGE divulga os dados do PIB no quarto trimestre de 2012 e no ano, e a expectativa é de que a expansão não tenha superado 1%.
São Paulo é o maior responsável por alta
Segundo o IBGE, a região metropolitana de São Paulo foi responsável por boa parte da alta do desemprego em janeiro. A taxa na região, que responde por cerca de 42% do total da pesquisa, subiu para 6,4% ante 5,2% em dezembro.
Em São Paulo, 130 mil pessoas foram dispensadas em janeiro e 126 mil estavam desempregadas e à procura de uma vaga, levando a uma alta de 23,3% ante dezembro e de 22,3% sobre janeiro de 2012 na população desocupada da região.
Para o coordenador da pesquisa, este é um movimento atípico que precisa ser melhor investigado.
“Subiu acima do padrão dos últimos anos, mas temos que esperar para saber porque essas pessoas foram pressionar o mercado de trabalho”, explicou Azeredo.
No resultado geral, a comparação de janeiro contra dezembro de 2012 mostrou que os setores que mais dispensaram foram os de construção civil (95 mil pessoas) e comércio (96 mil).
Apenas a indústria e os outros serviços, que incluem hotelaria, bares e restaurantes, ampliaram o quadro de empregados, com alta de 55 mil e 34 mil profissionais, respectivamente.
“É um sinal positivo para indústria, que vinha dispensando nos últimos meses”, ressaltou Azeredo.
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