Apesar das reviravoltas macroeconômicas, tem ficado claro que o desequilíbrio na empresa não é alimentado necessariamente por fatores independentes, distantes e dispersos que, vindos de fora, impactam o ambiente de trabalho causando desajustes e gargalos.
Mas sim, é essencialmente decorrência da falta de calibragem nas relações humanas e do entendimento global do processo e da aplicação correta das ferramentas de gestão para acompanhar os solavancos. A direção e os níveis de chefia estão despreparados para lidar com conflitos internos de interesses e de falta de estímulo, que acabam redundando em tantos outros problemas e refletindo em toda a estrutura.
Pelo histórico de casos que temos acompanhado, quando o empresário se vê obrigado a intervir na estrutura que ele mesmo construiu e sente que alguma coisa de maior abrangência deve ser feita para garantir sua sobrevivência, decide chamar um especialista. Pela sinuosidade do terreno, o gestor contratado, antes de qualquer coisa, apura os fatos, dimensiona a situação interna e externa da empresa para propor novos caminhos para a sustentabilidade. Nem sempre suas conclusões são animadoras. Mas de todos os apontamentos que faz, uma questão superior costuma emergir com destaque para que as saídas se tornem viáveis:
É preciso mudança na cultura empresarial e de comportamento da direção, da chefia e dos colaboradores, uma decisão nada fácil se não houver a compreensão exata de onde se pretende chegar.
Mas a dificuldade para definir ou ajustar rumos tem levado inclusive veteranos à bancarrota. Temos conversado com empresários que estão no mercado há mais de 20 anos e tudo funcionava plenamente bem. Somente depois de várias crises perceberam que estavam com problemas graves na estrutura e não sabiam o que fazer. Perderam a capacidade de competir e de prever o amanhã. Isso cria uma situação de desgaste emocional sem tamanho, que exige medidas drásticas e apoio técnico.
É preciso ter em mente: Nem sempre os caminhos que nos trouxeram à condição que nos encontramos são os mesmos que nos conduzirão daqui para frente.
Vamos nos movimentar quando a água bater na canela, e não tentar reagir quando a água chegou ao pescoço, pois as vezes já é tarde.
Período: Janeiro/2025 | ||||||
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Atualizado em: 27/01/2025 03:06 |