O dólar caiu ao menor nível em mais de um mês ante o real nesta segunda-feira, 20, após o crescimento levemente acima do esperado da China no ano passado elevar o apetite por moedas de maior risco, e em meio a um baixo volume de negociação, em função do feriado de Martin Luther King nos EUA.
O dólar à vista no balcão fechou em queda de 0,43%, a R$ 2,3390, a menor cotação desde 17 de dezembro do ano passado. O giro foi muito baixo e por volta das 16h45 estava em torno de US$ 655,86 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para fevereiro recuava 0,21%, a R$ 2,3465. O volume de negociação era próximo de US$ 6,66 bilhões.
Além do movimento de alta das moedas commodity ante o dólar, a divisa norte-americana foi pressionada internamente pela terceira etapa do leilão de rolagem de contratos de swap cambial que vencem no início de fevereiro, promovida hoje pelo Banco Central. Já a balança comercial brasileira teve déficit de US$ 1,475 bilhão na terceira semana de janeiro, o que levou o resultado no ano para um rombo de US$ 2,049 bilhões.
"Hoje, a cota diária do BC acabou fazendo mais preço, porque a liquidez está menor", comentou profissional da mesa de câmbio de um banco. Segundo ele, outro fator que continua contribuindo para a baixa do dólar ante o real é a Selic, atualmente em 10,50% ao ano. "Nossa moeda (o real) está se valorizando praticamente desde o payroll (divulgado em 10 de janeiro). Tecnicamente, não teria como o real continuar favorecido, considerando os problemas do País. Mas a arbitragem com juros pode ter melhorado, com o pessoal comprando real, considerando uma Selic mais alta", avaliou.
No noticiário interno, a presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda que o governo está promovendo um grande esforço para fazer a inflação convergir para o centro da meta. "Quanto mais o Brasil conseguir se aproximar do centro da meta, mais estável ele fica", afirmou. Segundo ela, ao longo dos últimos anos, sempre houve um "esforço enorme para manter a inflação o mais baixo possível".
A presidente brasileira, que embarca na quarta-feira para o Fórum Econômico Mundial, em Davos, disse ainda que o País tem uma situação confortável com as reservas internacionais e que e normalização da política monetária nos EUA pode ter um efeito menos "dramático" do que o esperado. Ela também confirmou o superávit de R$ 75 bilhões do governo central em 2013 e pressionou Estados e municípios a participarem do "esforço de robustez fiscal".
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