Algumas pessoas na internet brincam dizendo que o brasileiro nasce com diploma de empreendedorismo, e podemos supor que isso é verdade: um levantamento realizado pela Globo em 2021 aponta que quase 60% dos brasileiros com menos de 30 anos querem ter seu próprio negócio. Além disso, boa parte tem uma veia empreendedora de família.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 90% das empresas brasileiras têm origem familiar e elas representam 65% do PIB Brasileiro. Com uma alta representatividade na movimentação da economia gerada por empresas familiares, é impossível não virar os holofotes para esse modelo de negócios, analisar profundamente o que representa e traçar estratégias para que seja cada vez mais saudável.
Ainda de acordo com o IBGE e Sebrae, 70% das empresas fecham as portas quando o fundador deixa de ser o administrador principal, indicando um problema frequente que atinge a saúde das empresas familiares: o não investimento em plano de sucessão.
Não ter um plano sucessório bem definido é um dos maiores erros das companhias familiares. Segundo uma pesquisa global da PwC (Price Water House Cooper) de 2018, 44% das empresas familiares no mundo não têm planejamento definido, o que reflete diretamente na longevidade do empreendimento.
A resistência em estabelecer um plano em empresas familiares pode estar diretamente relacionada ao apego emocional entre os membros da empresa. Não é à toa o estigma de perfil "problemático" que os empreendimentos familiares carregam.
Quando não há clareza nas funções que cada um ocupa, o negócio pode, sim, ser sinônimo de dor de cabeça e acontece uma série de problemas oriundos da dificuldade de separar as relações familiares e profissionais como, por exemplo, dar privilégios aos familiares, que vão desde promoções sem mérito até não separar o dinheiro da empresa e da família, nos casos mais graves.
Além de estabelecer claramente os planos de ação e divisão de funções, empresas familiares que sobrevivem são aquelas que estão abertas ao novo, e o Brasil tem um comportamento positivo em comparação ao resto do mundo: de acordo com a pesquisa global da PwC de 2021, mais de 60% das empresas brasileiras se dizem estar abertas a mudanças.
É possível concluir, então, que incluir políticas eficientes e planos de sucessão em empresas brasileiras não parece ser um problema geracional, e sim por falta de instrução. Apegar-se ao fato de que as mudanças são bem-vindas é o caminho para procurar ajuda em consultorias e estabelecer planos para garantir a longevidade do empreendimento.
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