No Brasil, é comum empresas flexibilizarem os expedientes de trabalho durante a Copa do Mundo. Nesta Copa de 2022, com tantas pessoas já trabalhando em modelo híbrido ou remoto, não poderia ser diferente.
Uma pesquisa feita pela empresa de recrutamento Robert Half no LinkedIn, que contou com a participação de 1.877 pessoas, revelou que 70% dos funcionários gostariam de trabalhar de casa ou em horários flexíveis nos dias de jogos da seleção brasileira.
O diretor geral para a América do Sul da Robert Half, Fernando Mantovani, ressalta que grandes eventos esportivos são oportunidade para capitalizar entusiasmo, reforçar o espírito de equipe e trabalhar a motivação dos times, fortalecendo o sentimento de pertencimento.
"A Copa do Mundo no Catar ainda trás um diferencial por conta do período em que será realizada, já que o fim de ano carrega, naturalmente, uma fadiga dos profissionais após longos meses de trabalho e entregas", lembra.
Ele sugere que as companhias escutem e envolvam os funcionários no processo de escolha das ações, e decidam pelo que agrade a maioria.
"As atividades possíveis vão desde bloqueio das agendas no horário dos jogos do Brasil, telão no escritório para a transmissão das partidas, confraternização com comes e bebes, até envio de kits personalizados aos que estão em casa”, pontua.
Para que a produtividade não seja afetada, o sócio da consultoria especializada em executive search Exec, Lúcio Daniel, ressalta que líderes e gestores devem focar no planejamento, organização e na comunicação clara com as equipes, especialmente no que diz respeito a metas, expectativas e prazos.
"Outro fator importante é evitar agendar reuniões nos dias de jogos do Brasil, para que não seja necessário reagendar e, por consequência, alterar o cronograma", alerta.
Segundo Daniel, quando os jogos forem em horário de almoço, vale reservar um tempo na agenda dos times para que todos possam assistir e voltar ao trabalho na sequência.
Já quando as partidas forem mais perto do final da tarde, é possível encurtar a jornada e liberar as equipes. Porém, ele destaca que empresas e lideranças precisam ter diretrizes únicas em relação ao tema: "não dá para liberar o setor de marketing e manter o setor financeiro em horário normal".
"A tendência é que, no horário dos jogos, as pessoas tenham a liberdade de acompanhá-los como preferirem", acredita Mantovani.
"No entanto, é importante que o RH comunique as decisões de forma clara, como a necessidade de retorno ao trabalho após a partida e o horário para isso, por exemplo".
"Devemos levar em conta que essa é a primeira Copa do Mundo no pós lockdown, e que as pessoas estão sedentas por interação e união", lembra Daniel.
Por isso, ele crê que a maioria das empresas deve utilizar esse momento como confraternização e, assim, aproveitar para reforçar a cultura e a interação entre os funcionários.
"Mas, é preciso ter cautela nessas ações para que o time não se disperse e confunda com dia livre", pondera.
Com informações do Valor Econômico
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